Uma em cada sete pessoas no planeta frequenta as redes sociais da internet. Essas imensas comunidades virtuais, organizadas por sites como Facebook, Orkut e Twitter, já abrigam quase 1 bilhão de habitantes, segundo a Insights Consulting. Juntos, estamos criando laços que superam distâncias físicas e sociais. Ganhamos um poder inédito para nos associar e trocar informações. Daí surgem astros, militantes ou simplesmente cidadãos mais ativos. Também descobrimos que essa nova sociedade, repleta de informações pessoais numa rede global de computadores, nos deixa mais expostos, seja a empresas interessadas em faturar ou bisbilhoteiros que vigiam nossas vidas. Provavelmente, teremos de aprender a lidar com esses riscos. Porque se desligar das redes será cada vez mais se exilar da própria sociedade humana.*
O Brasil é considerado o país mais sociável do mundo. A começar pelo número de contatos: a média de amigos virtuais no mundo é de 195 pessoas por usuário. Aqui, é de 365. Segundo o Ibope NetRatings, mais de 80% dos internautas têm perfis em redes sociais. O Orkut tem 72% dos usuários no Brasil. Também somos os maiores no Windows Live Messenger, comunicador da Microsoft. Segundo a pesquisadora Raquel Recuero, a participação em redes sociais é igual em todas as classes sociais. Jovens das classes C e D usam lan houses para entrar no Orkut da sua turma ou do seu bairro. Seu primeiro contato com a internet hoje é pelas redes sociais.**
A internet nos deu um poder que nunca imaginaram seus criadores: hoje, qualquer um pode expressar suas opiniões, falar da sua vida e interesses através das mídias sociais. Acrescentando-se à necessidade de socialização, nata dos brasileiros, ela cresce em velocidade vertiginosa.
E este crescimento dá forças a todas camadas sociais a medida que ela as atinge. Uma força tão grande que a ela, a velha mídia já não pode se calar. Frequentemente vemos reportagens sobre estes “acontecimentos virtuais’, principalmente advindo do Twitter. O virtual tocando nossa realidade.
Exemplos recentes, foram dos alunos que foram punidos ao tuitar durante a prova do ENEM ou da garota que fez uma crítica mordaz aos nordestinos e está sendo processada, ou das meias-verdades da Folha de São Paulo, Veja e Globo que foram desmascaradas e julgadas pelos cidadãos virtuais.
E vimos nestas últimas eleições um bombardeio violento desta arcaica imprensa em resposta a este burburinho virtual, tornado esta eleição uma das mais sujas e vergonhosas destes país. Mas entre mortos e feridos, tivemos uma vitória da sociedade que finalmente pode perceber como somos manipulados diariamente.
Antes, esta velha mídia podia moldar cada cidadão que se permitisse envolver, agora nós temos uma opção: trocar ideais e impressões com centenas de pessoas que nunca fariam parte de nosso circulo social, seja pela distância ou vidas diferentes e com elas, interagir, pensar, avaliar.
Tenho minhas dúvidas se Dilma teria conseguido se eleger caso não fosse os militantes virtuais em sua defesa. Como diria o Chapolin: "Não contavam com nossa astúcia"! Com certeza não contavam que as redes sociais tivessem tal força. Na verdade, ninguém imaginava.
Como tudo, há os dois lados da moeda: o bom e o ruim do ser humano afloresce, pois muitos ainda acreditam que estão escondidos atrás da tela do monitor. E nos dá oportunidade de assistir a espetáculos macabros.
E para isso, temos necessidade urgente de regulamentação, porém não de censura, pois como diz o velho ditado, “sua liberdade termina, onde começa a do outro”. Que todos tenham voz, mas como é necessário também a nossa velha mídia, tenham limites para se expressar, sem ferir as leis e o bom senso.
As redes sociais estão se tornando como um tsunami que varre nossas vidas, seja online ou não. Querendo ou não.
Aos poucos, estamos nos tornando porta-vozes não só da história das nossas vidas, mas da nossa sociedade. Somos um em bilhões. Somos separadamente, pequenas gotinhas, mas juntos temos a força de mudar e caminhar para uma sociedade mais justa e melhor.
Fonte:
*http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143995-15224,00.html
**http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143701-15224,00.html
1 comentários:
Excelente post. Parabéns Ana...
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